A Felicidade da Ignorância
No leito do esquecimento encontro meu verão,
onde o mundo se aquieta e vira doce ilusão.
Sorrio sem perguntas, guardo a leve sensação,
de que a paz é mais pura longe da razão.
Os segredos do tempo se desfazem no chão,
não pesa a curiosidade, não pesa a contradição.
Vivo sem mapa, sigo a intuição em canção,
colhendo no descuido a mais simples gratidão.
Há luxo em não saber, um abrigo, uma mão,
que acalma a inquietude e fecha a preocupação.
Que seja então meu risco, minha alegre prisão,
pois ser feliz às vezes é renunciar à visão.